Um juiz determinou, na segunda-feira, que as imagens policiais de Gene Hackman e sua esposa, Betsy Arakawa, encontrados mortos em sua residência em Santa Fe, Novo México, não sejam divulgadas. A decisão temporária também impede a liberação dos relatórios de autópsia. O representante do patrimônio da família solicitou a medida na sexta-feira, argumentando que Hackman e Arakawa sempre valorizaram sua privacidade em vida e que imagens de seus corpos não devem ser exploradas para fins de entretenimento. O legista concluiu que Arakawa faleceu devido a uma infecção por hantavírus por volta de 11 de fevereiro. A doença, potencialmente fatal, é transmitida por meio de fezes de roedores. Hackman, que tinha 95 anos e sofria de Alzheimer avançado, morreu aproximadamente uma semana depois, vítima de uma doença cardíaca. O escritório do xerife do condado de Santa Fe foi acionado no dia 26 de fevereiro, após um funcionário de manutenção encontrar uma porta entreaberta. Os agentes encontraram o corpo de Arakawa no chão do banheiro e o de Hackman em um lavabo. O patrimônio da família pediu ao juiz que bloqueasse a divulgação dos vídeos das câmeras dos uniformes dos policiais, além de quaisquer outras fotos ou vídeos que mostrassem os corpos ou o interior da casa.
“Devido à notoriedade dos falecidos e ao seu grande desejo de privacidade em vida, o representante busca proteger a privacidade dos Hackmans após a morte, assim como eles fizeram durante a vida”, afirmou o representante do patrimônio em um pedido na sexta-feira. “A família tem o direito de viver seu luto em paz, e o tribunal deve garantir que esse direito seja preservado.” O representante citou um caso em que um tribunal de apelações em Washington bloqueou a divulgação de imagens da investigação sobre o suicídio de Kurt Cobain. Ao conceder a liminar temporária, o juiz Matthew J. Wilson marcou uma audiência para 31 de março, a fim de decidir se uma injunção permanente será emitida, impedindo ainda mais a divulgação das imagens.
A infecção por hantavírus é extremamente rara, mas também letal. A doença foi identificada pela primeira vez na América do Norte após um surto na região de Four Corners, no sudoeste dos Estados Unidos, em 1993, que matou 13 dos 17 pacientes infectados. Ainda não há um tratamento específico, e a taxa de mortalidade é de 36%, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Acredita-se que a infecção ocorra pela inalação de partículas de fezes ou urina de roedores em suspensão no ar. Não há evidências de transmissão entre humanos. O CDC recomenda reduzir o risco vedando fendas e buracos em residências e colocando armadilhas para ratos, minimizando assim a exposição a roedores.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com