Luna: O Robô Cachorro Que Aprende Sozinho Graças a um Sistema Nervoso Digital

Deixe o Spot de lado—aquele famoso cachorro robótico da Boston Dynamics que faz coisas como vigiar Pompeia—um novo robô cachorro chegou para nos fazer dizer “awwww” com um misto de admiração e medo. Segundo a Reuters, o novo cãozinho no pedaço foi desenvolvido pela startup sueca IntuiCell. A empresa afirma que seu robô, chamado Luna, pode aprender como um ser vivo de verdade, graças ao seu sistema nervoso digital funcional.

Atualmente, a maioria dos robôs que nos divertem com acrobacias ou nos assustam com trajes peludos são treinados por técnicas de aprendizado de máquina. Isso geralmente exige uma quantidade enorme de dados e depende de inteligência artificial para processar variáveis e, basicamente, trabalhar com algoritmos que analisam inúmeras possibilidades até encontrar o que funciona. Esse processo muitas vezes requer um pré-treinamento—como a Nvidia está fazendo com seu GR00T N1—ou, pelo menos, muita configuração de parâmetros, sendo uma abordagem altamente computacional.

Luna, no entanto, está seguindo um caminho diferente. A equipe da IntuiCell está tentando dar ao seu robô a capacidade de “sentir” o que funciona, em vez de apenas “pensar” sobre isso. Essa IA física e agentiva significa que Luna deve ser capaz de descobrir como fazer as coisas, em vez de ser programada especificamente para uma tarefa.

“O que construímos é o primeiro software que permite que qualquer máquina aprenda como humanos e animais fazem”, diz Viktor Luthman, CEO e cofundador da IntuiCell. “Não há pré-treinamento, simulações offline ou um data center bilionário por trás. Em vez disso, há um sistema nervoso que permite à máquina aprender.”

No momento, Luna está apenas começando e acabou de aprender a ficar em pé; o próximo grande passo é caminhar. Em vez de usar um conjunto massivo de dados para ensinar Luna, a IntuiCell planeja contratar um treinador de cães para ajudar no processo. Você pode ver Luna dando o seu melhor no vídeo abaixo. Fico imaginando que tipo de recompensas vão usar para motivar esse cachorro de metal. Embora, no futuro, talvez vejamos uma versão mais “realista” de um robô canino.

As tentativas de Luna de ficar em pé são comparáveis às de um filhote de animal, e visualmente não parece muito diferente. A grande diferença, além do peso da existência, é que Luna é o primeiro do seu tipo. Não há pais para ensiná-lo, nem um entendimento profundo do mundo embutido no DNA. É apenas Luna e o sistema nervoso sensível que a IntuiCell lhe deu para ajudá-la a navegar pelo mundo.

Com futuras iterações, não há dúvida de que essa tecnologia só vai melhorar. O objetivo aqui é criar robôs que aprendam de forma independente, sem depender de grandes redes, e que possam confiar em si mesmos e no ambiente. Isso significa que, se Luna se deparar com uma tarefa completamente nova, ela terá a chance de descobrir uma solução por conta própria.

“O próximo passo é explorar a robótica humanóide, especialmente em ambientes imprevisíveis, como exploração espacial, exploração marinha profunda ou resposta a desastres”, disse Luthman.

Podemos imaginar um futuro em que robôs humanoides sejam capazes de se treinar para navegar em ambientes selvagens, como a superfície de Marte, e, quem sabe, abrir caminho para descobertas humanas. Só espero que os pesquisadores tratem Luna com carinho e a mimem bastante, para que seu sistema sensorial aprenda a adiar o ressentimento contra seus criadores… pelo menos por um tempo.


Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.

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