Anchors Da MSNBC Se Associam À Liberdade De Imprensa Na Nova Campanha De Promoção

A mais nova atração da MSNBC pode não ser conhecida por discursos impactantes ou análises profundas, mas certamente será uma grande aliada para manter esses elementos na programação da emissora. Um novo vídeo promocional da rede de notícias a cabo, que em breve será desmembrada, apresenta uma leitura da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, com vozes de Rachel Maddow, Ari Melber, Jen Psaki e Lawrence O’Donnell. A Primeira Emenda, um pilar fundamental da Constituição, garante a liberdade de religião, expressão, imprensa, reunião e o direito de petição ao governo. A MSNBC escolheu esse momento para destacar a importância desses direitos, em um cenário em que setores dos EUA temem que a administração Trump possa tentar miná-los nos próximos meses.

A emissora, que há anos exibe promoções com âncoras em momentos marcantes ao lado do slogan “Este é quem somos”, quer que a liberdade de expressão seja lembrada como um dos pilares de sua identidade. “A Primeira Emenda é a base da nossa democracia e serve como inspiração constante para o trabalho dos nossos jornalistas na MSNBC”, afirma Maritza Berta, vice-presidente de marketing da emissora, em um comunicado. Ela destaca que o uso das palavras da Primeira Emenda reforça a imagem da MSNBC como “uma fonte confiável para uma compreensão aprofundada, sempre fornecendo o contexto necessário para entender completamente as notícias do dia. É exatamente isso que nossos âncoras fazem diariamente: entregam notícias com rigor, precisão e verdade inabaláveis”.

O vídeo promocional inclui cenas de várias personalidades que compõem a maior parte da nova programação progressista da emissora, que estreará nas próximas semanas. Entre os rostos presentes estão Maddow, Psaki, Melber, O’Donnell, Joe Scarborough, Mika Brzezinski, Willie Geist, Jonathan Lemire, Symone Sanders Townsend, Michael Steele, Alicia Menendez, Ali Vitali, Stephanie Ruhle, Chris Hayes e Nicolle Wallace. Âncoras dos programas noturnos, como Ana Cabrera, Katy Tur e Chris Jansing, não aparecem, mas versões adicionais do vídeo com outros profissionais devem ser lançadas em breve. A vinheta termina com os dizeres “Isto é o que fazemos” e “Este é quem somos”.

Esta é a primeira promoção da MSNBC sob a liderança da nova presidente, Rebecca Kutler, que agiu rapidamente para reajustar a programação após quedas de audiência seguindo os resultados das eleições presidenciais de 2024. Maddow, que voltou a apresentar cinco dias por semana nos primeiros 100 dias do governo Trump, ajudou a recuperar a audiência após a posse do ex-presidente em janeiro. Enquanto isso, a Fox News continua a dominar entre os telespectadores que ainda consomem notícias pela TV, em um momento em que muitos migram para plataformas como Substack, TikTok e YouTube.

Kutler começou a contratar novos profissionais com experiência em jornalismo tradicional, vindos de veículos como The Washington Post e Politico, e planeja montar um novo escritório em Washington com 100 jornalistas, produtores e outros funcionários. Essas iniciativas se beneficiam diretamente da Primeira Emenda, que afirma que “o Congresso não fará nenhuma lei que estabeleça uma religião ou proíba seu livre exercício; tampouco restringirá a liberdade de expressão, de imprensa, o direito de reunião pacífica ou de petição ao governo por reparação de injustiças”.

A MSNBC parece estar adotando uma postura semelhante à da CNN durante o primeiro mandato de Trump. Em 2017, a CNN lançou uma série de promoções com o slogan “Fatos Primeiro”, enquanto Trump e seus aliados espalhavam desinformação sobre a imprensa tradicional. Uma das vinhetas mostrava uma maçã na tela, com um narrador dizendo: “Isto é uma maçã. Alguns podem tentar convencer você de que é uma banana. Eles podem gritar ‘Banana! Banana! Banana!’ repetidamente. Você pode até começar a acreditar nisso. Mas não é. Isto é uma maçã”. Kutler, que trabalhou na CNN por mais de uma década, liderou o lançamento de programas com John King, Van Jones e outros, antes de se tornar vice-presidente sênior da extinta plataforma de streaming CNN+.

Enquanto grandes veículos de notícias adotaram slogans em defesa da liberdade de imprensa durante o primeiro mandato de Trump — como “A Democracia Morre na Escuridão”, do Washington Post, e “A Verdade é Difícil”, do The New York Times —, iniciativas semelhantes têm sido raras desde então. A ABC News, da Disney, concordou em pagar US$ 15 milhões para encerrar uma ação de difamação movida por Trump, e a CBS News, da Paramount Global, enfrenta uma batalha legal com o ex-presidente por uma reportagem do “60 Minutes” exibida no ano passado. Trump já criticou publicamente a NBC News, CNN, MSNBC e outros veículos em suas redes sociais.

A audiência da MSNBC pode estar ansiosa para ver a emissora reagir. Enquanto isso, o senador Chuck Schumer, líder da minoria no Senado, enfrenta críticas por optar por manter o governo funcionando em vez de provocar um shutdown. Além disso, telespectadores expressaram indignação em novembro, quando os âncoras do programa matinal da MSNBC, Scarborough e Brzezinski, revelaram que visitaram Trump após as eleições de 2024, após anos de embates públicos com ele.

Os esforços de Kutler ocorrem em um momento em que a MSNBC busca se consolidar como um monitor progressista em uma era de forte influência conservadora, enquanto a NBCUniversal, sua controladora, prepara a separação de suas redes de TV a cabo em uma nova empresa de capital aberto, rompendo laços históricos com a NBC News.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

Deixe um comentário