Por que nem todos os jogos precisam ser ao vivo: Reflexões de um ex-líder de Destiny

Por que nem todos os jogos precisam ser ao vivo: Reflexões de um ex-líder de Destiny

📅 Publicado: 05/08/2025 às 16h34
📝 Atualizado: 05/08/2025 às 17h30
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Harold Ryan, ex-CEO da Bungie, alerta que o modelo live-service pode não ser ideal para todos os jogos, refletindo no mercado atual.


Como CEO da Bungie, Harold Ryan foi um dos responsáveis pelo avanço do gênero de serviços ao vivo com Halo e Destiny. Anos após sua saída da empresa, Ryan observa que os fãs estão se manifestando através de suas escolhas financeiras, indicando que esse modelo de negócios não é adequado para todos os jogos.

“Acredito que esse modelo funcione para alguns jogos, mas não é o ideal para todos”, declarou Ryan. “E os consumidores estão nos sinalizando que esse tipo de abordagem não serve para todos.”

A bolha dos jogos de serviço ao vivo parece estar prestes a estourar, uma vez que diversos títulos do gênero têm apresentando um desempenho insatisfatório e sendo descontinuados. Exemplos notáveis incluem títulos como Suicide Squad: Kill the Justice League e Concord, entre muitos outros que também estão sendo encerrados.

Um número relativamente pequeno de jogos de serviços ao vivo representa uma parte significativa do tempo de jogo, o que pode ajudar a explicar a razão pela qual outros jogos desse gênero não estão indo tão bem. É claro que existem diversos fatores que influenciam essa situação.

Parte da razão pela qual Mafia: The Old Country foi definido com o preço de $50 é a crença do editor de que existe uma demanda por jogos menos caros e mais lineares que não exigem longas horas de investimento.

Ryan deixou a Bungie em 2016 após 16 anos de colaboração com a companhia. Atualmente, ele é CEO e fundador da ProbablyMonsters, uma empresa que apoia desenvolvedores com infraestrutura e suporte em estágio inicial para auxiliar no lançamento de novos jogos. Recentemente, a empresa anunciou seus dois primeiros jogos: Storm Lancers, um game de ação rogue-like para Nintendo Switch, e Ire: A Prologue, um jogo de horror psicológico para PC. A ProbablyMonsters anteriormente possuía o estúdio Firewalk, desenvolvedor de Concord, antes de vendê-lo para a Sony em 2023, que posteriormente fechou o jogo e a desenvolvedora em 2024.

Ryan afirmou que consideraria criar outro jogo de serviço ao vivo se surgisse a ideia certa e o público adequado. Contudo, ele enfatizou a importância de não focar unicamente no modelo de negócios. “Para carreiras sustentáveis, está claro que não podemos apenas escolher um modelo empresarial e usá-lo como justificativa para fazer um jogo”, afirmou.

No que diz respeito à Bungie, a empresa passou por mudanças drásticas recentemente, incluindo demissões em massa e uma reestruturação significativa em 2024. O próximo jogo da Bungie, Marathon, é um título de serviço ao vivo que a Sony acredita que não enfrentará o mesmo destino que Concord. Embora estivesse programado para ser lançado em setembro, foi adiado indefinidamente. Apesar das dificuldades de Concord, a Sony continua a investir em jogos de serviço ao vivo, assim como a Ubisoft.

Ryan refletiu sobre as turbulências na Bungie, observando que eles parecem estar na mesma situação que a maioria da indústria, onde os métodos que antes eram eficazes já não oferecem a mesma segurança.

Ele expressou sua esperança de que os desenvolvedores consigam descobrir um “modelo de negócios sustentável” que satisfaça os jogadores e gere receita suficiente para que os estúdios possam se manter. “Não é possível que todos sejam o jogo mais bem-sucedido do setor”, disse. “Mas acredito que todos podemos lançar games que sejam bem-sucedidos.”

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