A Nvidia e a empresa de IA Anthropic estão travando uma disputa pública sobre alegações de que os chips da primeira estariam sendo contrabandeados para a China – um problema que, segundo a Anthropic, representa uma grande ameaça. Enquanto a Anthropic aponta falhas sistêmicas no controle de exportações, a Nvidia rebate, classificando as acusações como “histórias fantasiosas”.
Em um post recente, a Anthropic alertou sobre o risco do contrabando de chips, afirmando que a China já possui “operações sofisticadas de smuggling, com casos documentados envolvendo centenas de milhões de dólares em componentes”. A empresa defende mais investimentos na fiscalização de exportações e ajustes no sistema de tier do “AI Diffusion Rule”, que entra em vigor em 15 de maio. A regra prioriza aliados dos EUA no acesso a chips avançados de IA, e o desvio desses produtos para a China prejudicaria seus objetivos.
Não se trata de meras suposições: a Anthropic cita casos reais, como uma mulher presa em 2022 por esconder 200 CPUs em uma barriga postiça e dois homens flagrados em 2023 transportando GPUs junto com lagostas vivas. Esses exemplos ilustram a criatividade (e o risco) por trás do comércio ilegal.
A Nvidia, porém, desdenha. Em resposta à CNBC, declarou: “As empresas americanas deveriam focar em inovar e superar desafios, não espalhar contos de fadas sobre eletrônicos grandes, pesados e sensíveis sendo contrabandeados em ‘barrigas de grávida’ ou ‘junto a lagostas’”. O tom irônico reflete a divergência entre as partes – enquanto uma vê um problema estrutural, a outra enxerga exagero.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.