Estreia de A Coroa do Rei dos Reis no Box Office

Há vinte e seis anos, a DreamWorks lançou o aclamado musical animado “O Príncipe do Egito”, que narra a vida da figura bíblica Moisés, conquistando tanto a crítica quanto o público. Com trilha sonora de Stephen Schwartz, o mesmo compositor de “Wicked”, e vozes de Val Kilmer e Ralph Fiennes, o filme é considerado uma obra-prima. No entanto, após os anos 2000, o gênero de animações bíblicas pareceu desaparecer das telas. Agora, surge “O Rei dos Reis”, da Angel Studios, uma tentativa de reviver o cinema infantil com temática religiosa.

O longa, que conta com Oscar Isaac como Jesus, Pierce Brosnan como Pôncio Pilatos, Mark Hamill como Rei Herodes, Forest Whitaker como Pedro e Ben Kingsley como o sumo sacerdote Caifás, tem uma narrativa criativa: o famoso escritor Charles Dickens (Kenneth Branagh) e sua esposa Catherine (Uma Thurman) tentam ensinar ao filho Walter (Roman Griffin Davis), obcecado pelo Rei Arthur, sobre o maior rei de todos. Baseado livremente na obra “A Vida de Nosso Senhor”, de Dickens, “O Rei dos Reis” já quebrou o recorde de bilheteria de estreia de “O Príncipe do Egito”, arrecadando mais de US$ 14,6 milhões apenas em pré-vendas.

Jordan Harmon, da Angel Studios, não se surpreende com os números promissores. Afinal, o modelo de financiamento coletivo e o sistema “pay-it-forward” da produtora, que foram decisivos no sucesso de “Som da Liberdade” (2023), estão em pleno efeito novamente. “É desanimador pensar que, por tanto tempo, não houve filmes animados para esse público tão grande”, diz Harmon à Variety. “Nós não focamos no que falta em nosso catálogo, mas no que ressoa com o público. A demanda reprimida existe, e o público a identifica antes mesmo dos executivos.”

Quando a Angel Studios adquiriu o projeto do diretor Seong-ho Jang em novembro de 2024, Harmon afirma que não houve dúvidas sobre o lançamento nos cinemas, estrategicamente marcado para a Páscoa e a Semana Santa. “Este filme é como ‘A Paixão de Cristo’ para crianças. Em uma exibição prévia, vi várias crianças saírem emocionadas, algumas até chorando”, revela. “Elas vivenciam uma experiência comovente e coletiva no cinema, fortalecendo seu amor por Cristo. Acredito que este filme pode marcar a vida de milhões de crianças, criando memórias fundamentais.”

Mark Hamill, que dá voz ao tirano Rei Herodes, conta que aceitou o papel não apenas por sua criação católica e admiração pelo live-action “Rei dos Reis” (1961), mas pela personalidade maligna do personagem. “Herodes é um vilão clássico, sem empatia, intoxicado pelo próprio poder. Ele ordena o massacre de crianças inocentes — um psicopata completo”, diz. “Nunem me escolheriam para interpretá-lo em live-action, pois exige um físico imponente. Mas no dublagem, o que importa é a voz, e isso me permitiu mergulhar no papel.”

Hamill, que considera o filme “uma revelação”, acredita que ele cativará o público jovem. “As crianças vão adorar, mesmo que não se interessem por histórias religiosas. Tem tudo o que uma grande aventura precisa, além de ensinar valores como fé, altruísmo e justiça”, afirma. “Adoraria assistir em uma sala cheia de crianças — elas iam vibrar tanto que levantariam o teto!”

A Angel Studios está incentivando a ida das famílias ao cinema com a promoção “Crianças Não Pagam”, que oferece um ingresso infantil gratuito para cada adulto. “Essa campanha é poderosa, pois muitos pais não têm recursos ou tempo. Dar esse incentivo faz toda a diferença”, explica Harmon. Ele destaca que, diferentemente dos filmes adultos da produtora, “O Rei dos Reis” exigiu novas estratégias para atrair um público mais amplo. “Foi um desafio, mas acreditamos que superamos com maestria.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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