O Terror de “Circo no Campo de Milho” Explora a Fome Econômica com Giro Inesperado Desde “Casa no Bosque”

O filme de terror “Clown in a Cornfield” cumpre exatamente o que promete no título: sim, há um palhaço assustador em um campo de milho. Mas, como os fãs do best-seller juvenil de Adam Cesare (lançado em 2020) já sabem, a história esconde reviravoltas que não serão reveladas aqui – muitas delas refletindo verdades profundas sobre o interior dos EUA.

A trama acompanha a adolescente rebelde Quinn (Katie Douglas) e seu relacionamento conturbado com o pai deprimido (Aaron Abrams), que se mudam para uma pacata cidade do Meio-Oeste em decadência após o fechamento da fábrica de xarope de milho local. Quando Quinn se aproxima de um grupo de jovens problemáticos, um palhaço que lembra Frendo, o mascote da fábrica, começa a aterrorizar a cidade, mirando especificamente nela e em seus amigos. No entanto, em certo momento do filme, uma cena subverte os clichês do terror de forma tão eficaz que redefine tudo o que o público viu até então.

“Desde o início, sabia que o livro seria comparado a outros filmes de palhaços assustadores”, diz Cesare. “Mas esta é uma história de slasher com máscara – não é Pennywise. É como se prometesse uma mistura de ‘It’ com ‘Children of the Corn’, mas depois surpreende de um jeito bom. É uma troca inteligente quando você percebe a verdadeira premissa. A ideia é mudar o jogo a cada 20 minutos, a cada 40 páginas.”

O diretor e roteirista Eli Craig destaca que, por trás do título aparentemente simples, há uma crítica social: “É um título físico e até bobo, mas no fundo fala sobre algo sério: o classismo nos EUA. O filme tem camadas de profundidade e surpreende por abordar a decadência e a raiva geracional que está corroendo a sociedade americana.”

Craig também explora o simbolismo por trás dos elementos da história: “O milho é uma cultura americana, os campos de milho são icônicos, e os palhaços também fazem parte do imaginário nacional. Eles foram incorporados ao folclore americano nos anos 1930. Quando criamos o visual do palhaço, nos inspiramos em Lon Chaney em ‘A Thousand Faces’. Há algo triste por trás daquelas caras felizes. A dualidade do palhaço reflete a dos EUA: há esperança, mas também desintegração e raiva oculta sob uma fachada plástica de felicidade.”

Craig, conhecido por satirizar o terror em filmes como “Tucker & Dale vs Evil” (que humaniza os estereótipos de “caipiras assassinos”) e “Little Evil” (uma paródia de filmes sobre crianças demoníacas), afirma que o segredo para equilibrar humor, terror e sátira está nas relações humanas: “Adoro o suspense e o clima do terror, mas vejo o gênero como pano de fundo para histórias sobre pessoas. Seja uma comédia como ‘Tucker & Dale’, sobre superar inseguranças, ou este filme, que fala sobre uma garota se reconectando com o pai e encontrando sua força.”

O público tem reagido bem à mistura de gêneros. Após a estreia mundial no SXSW em março, o filme foi exibido no Overlook Film Festival em Nova Orleans, onde Craig e Cesare sentiram a energia contagiante dos fãs: “Foi incrível. É um festival pequeno e anticorporativo, perfeito para essa comunidade apaixonada.”

E, como todo bom slasher, já há expectativa por sequências. Cesare está escrevendo o quarto livro da série, e a dupla torce para adaptá-los: “Vamos torcer para que o filme seja um sucesso. Seria divertido brincar de novo com o Frendo.”

“Clown in a Cornfield” chega aos cinemas em 9 de maio pela RLJE Films e Shudder. Confira o trailer abaixo:

Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

Deixe um comentário