Pedro Almodóvar não poupou críticas a Donald Trump ao receber o prêmio Chaplin, em sua 50ª edição, concedido pelo Film at Lincoln Center na noite desta segunda-feira. O consagrado cineasta espanhol, ao agradecer pela honraria no Alice Tully Hall, declarou: “Eu cheguei a duvidar se era apropriado vir a um país governado por uma autoridade narcisista, que não respeita os direitos humanos. Trump e seus amigos, milionários e oligarcas, não podem nos convencer de que a realidade que vemos com nossos próprios olhos é o oposto do que vivemos, por mais que ele distorça as palavras, tentando fazer com que signifiquem o contrário. Imigrantes não são criminosos. Foi a Rússia que invadiu a Ucrânia.”
Almodóvar continuou, dirigindo-se diretamente ao ex-presidente: “Sr. Trump, estou falando com você e espero que ouça o que tenho a dizer. Você entrará para a história como o maior erro do nosso tempo. Sua ingenuidade só é comparável à sua violência. Você será lembrado como um dos maiores danos à humanidade… Será registrado como uma catástrofe.”
Além de abordar a política americana, o diretor também falou sobre direitos trans e relembrou eventos de sua juventude que o moldaram como cineasta. Ele ainda mencionou o apagão que atinge a Espanha no momento: “Estou muito preocupado com o que está acontecendo no meu país. Como sabem, há um blecaute afetando toda a nação. Meus pensamentos estão com todos os afetados por essa situação.”
A cerimônia contou com a presença de personalidades como Dua Lipa, John Turturro, John Waters, Rossy de Palma e Mikhail Baryshnikov, que apresentaram o prêmio — já concedido a lendas do cinema, de Bette Davis a Cate Blanchett, em edições anteriores.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com