Ex-chefe da Bethesda Faz Revelações Impactantes sobre Serviços de Assinatura nos Jogos

Ex-chefe da Bethesda Faz Revelações Impactantes sobre Serviços de Assinatura nos Jogos

📅 Publicado: 05/09/2025 às 13h04
📝 Atualizado: 05/09/2025 às 13h30
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Pete Hines alerta sobre problemas nos serviços de assinatura de jogos, destacando a falta de equilíbrio entre criadores e plataformas.


Os serviços de assinatura no mundo dos jogos ganharam bastante popularidade. Embora não sejam a única forma de adquirir e jogar jogos, esse modelo de negócios está se expandindo, em parte, devido ao apoio de grandes empresas como a Microsoft e seu serviço Xbox Game Pass. Pete Hines, ex-chefe de marketing e publicação da Bethesda, que se aposentou após a compra de sua empresa pela Microsoft, expressou suas opiniões sobre os serviços de assinatura para jogos, destacando algumas preocupações.

Em uma entrevista, Hines mencionou que não faz mais parte da Bethesda e não tem a pretensão de que seus conhecimentos da época ainda sejam válidos hoje. No entanto, ele acredita que ainda está suficientemente envolvido no setor para perceber “decisões de curto prazo do passado que, na sua visão, estão se confirmando como problemáticas”.

De acordo com Hines, um de seus principais problemas com serviços de assinatura, como o Game Pass, é que a economia pode não ser sustentável. Essa questão se torna especialmente relevante em um cenário onde há demissões em massa, fechamento de estúdios e cancelamentos de jogos.

“Os serviços de assinatura se tornaram a nova palavra de quatro letras, certo? Não se pode mais comprar um produto. Quando falamos de uma assinatura que depende de conteúdo, é necessário encontrar um equilíbrio entre as necessidades do serviço, aqueles que o gerenciam e os provedores de conteúdo, sem os quais a assinatura perde valor real”, afirmou.

Hines acrescentou que uma empresa que opera um serviço de assinatura precisa “reconhecer, compensar e valorizar adequadamente o que é necessário para criar esse conteúdo, exigindo não apenas a produção de um jogo, mas a elaboração de um produto completo”.

A “tensão” que Hines mencionou afeta muitas pessoas, incluindo os desenvolvedores de jogos. Ele enfatizou que eles estão inseridos em um ecossistema que não valoriza e recompensa adequadamente suas criações.

Essas declarações estão em sintonia com o que Strauss Zelnick, chefe da Take-Two, afirmou sobre serviços de assinatura. Apesar de a empresa ter disponibilizado alguns jogos mais antigos em serviços de assinatura como o Game Pass, Zelnick declarou que “não lançaria um novo título no Game Pass em virtude das questões econômicas envolvidas”. Ele reconheceu que a inclusão de Call of Duty no Game Pass aumentaria os assinantes, mas previu que isso poderia ser temporário.

Enquanto a Microsoft disponibiliza todos os seus jogos de estúdio no Xbox Game Pass desde o primeiro dia, a Sony adota uma abordagem diferente com seu programa PlayStation Plus. Jim Ryan, ex-presidente da PlayStation, concordou com Zelnick e já comentou sobre como essa estratégia não faz sentido do ponto de vista econômico.

A Electronic Arts também possui um serviço de assinatura, chamado EA Play Pro, que oferece acesso aos mais recentes jogos por uma mensalidade. Já a Ubisoft conta com o Ubisoft+, que permite jogar novos lançamentos no dia do lançamento, mediante taxa mensal.

Apesar disso, os serviços de assinatura não são a única maneira de acessar jogos atualmente, e a Microsoft sempre deixou claro que o Game Pass é apenas uma opção para os jogadores, que têm a alternativa de comprar um jogo diretamente. Contudo, há preocupações de que a lógica financeira do Game Pass possa levar a desafios futuros.

Recentemente, a Microsoft passou por mudanças significativas, com demissões em massa, cancelamentos de jogos e o fechamento de pelo menos um estúdio. No último ano fiscal, o Xbox Game Pass registrou quase 5 bilhões em receita pela primeira vez.

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