Brasil de Talentos Polacos Continua a Emergir com Revisão de Esquema de Incentivos

A busca por um novo diretor para comandar o Instituto Polonês de Cinema continua após a saída de dois líderes em apenas seis meses, deixando profissionais do setor em alerta. Eles afirmam que a indústria cinematográfica polonesa está em um momento decisivo. Mas nem tudo são más notícias: Grandes nomes do cinema polonês têm projetos aguardados, como Paweł Pawlikowski, vencedor do Oscar por “Ida”, que prepara “Fatherland”, um biopic sobre o escritor alemão Thomas Mann, e Agnieszka Holland, três vezes indicada ao Oscar, com um filme sobre Franz Kafka que deve estrear no circuito de festivais no outono.

Outros destaques incluem Jan Komasa, de “Corpus Christi”, que está finalizando “Good Boy” com Stephen Graham e Andrea Riseborough, enquanto Agnieszka Smoczyńska, aclamada por “The Silent Twins”, retorna com o thriller sci-fi “Hot Spot”. Além disso, duas coproduções polonesas marcam presença em Cannes este ano: “A Pale View of Hills”, de Kei Ishikawa, e “Que ma volonté soit faite”, de Julia Kowalski, reforçando a força do país em parcerias internacionais.

“A Polônia é muito forte em coproduções. Temos talentos incríveis para agregar aos projetos”, diz Jan Naszewski, da New Europe Film Sales, que colabora com a irlandesa Stop Gap Films em “A Few Miles South”. Segundo ele, o país se destaca pela qualidade técnica, incentivos fiscais e produtores experientes, fatores que impulsionaram sucessos como “Zona de Interesse” e “A Real Pain”.

No entanto, há preocupações. Muitos temem que a indústria esteja se tornando muito dependente de poucos nomes consagrados, com poucos filmes poloneses alcançando projeção internacional. “Os talentos estão optando por produções locais ou séries para streamers, onde o financiamento é mais seguro”, observa Naszewski. A inflação, os custos de produção e a instabilidade econômica global agravam o cenário.

Outro desafio é a estrutura de financiamento. O programa de incentivos polonês, com um orçamento anual de 108 milhões de złoty (cerca de US$ 28,7 milhões), esgotou-se em horas este ano devido à alta demanda. “Não podemos depender apenas desse modelo”, afirma Krzysztof Solek, da Film Poland, que perdeu duas grandes produções americanas por falta de verba. “Precisamos de um sistema novo, que atenda às necessidades do país.”

O Instituto Polonês de Cinema, que completa 20 anos em meio a turbulências, busca estabilidade após a rápida saída de sua última diretora, Karolina Rozwód. Um comitê de figuras importantes do setor foi formado para auxiliar na escolha do novo líder. “Há uma grande vontade política de reformar os incentivos”, diz Solek, esperançoso de que mudanças positivas estejam por vir.

Como resumiu um produtor premiado que preferiu não se identificar: “Para fazer filmes de alta qualidade, preciso do Instituto Polonês de Cinema”. A esperança é que a nova direção trague de volta a segurança necessária para que a indústria continue a crescer.


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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