Por que a Valve não lança Half-Life 3? Gabe Newell explica a busca por inovação revolucionária nos jogos

Em um recente documentário sobre os 20 anos de Half-Life, Gabe Newell foi questionado sobre o motivo de a Valve nunca ter desenvolvido Half-Life 2: Episode 3. Sua resposta foi direta: ele não conseguia enxergar como esse episódio traria algo realmente novo para a indústria. Para o fundador da Valve, a franquia Half-Life não pode simplesmente avançar a história de Gordon Freeman — ela precisa revolucionar os videogames de alguma forma. Então, se um dia Half-Life 3 (ou Episode 3, mas essa janela já pode ter se fechado) for lançado, o que ele trará de inovador?

Essa pergunta continua tão difícil de responder hoje quanto quando a Valve cancelou o terceiro episódio. O primeiro Half-Life transformou a narrativa nos jogos, elevando o potencial dos FPS de uma forma que Unreal apenas sugeria, tornando-se indiscutivelmente o melhor jogo do gênero em sua época. Anos depois, a Valve surpreendeu novamente com Half-Life 2, introduzindo física revolucionária e uma narrativa cinematográfica impecável. Mesmo sem ser uma sequência numerada, Half-Life: Alyx também marcou época, mostrando o potencial do VR de forma brilhante.

Se a próxima aposta da Valve não for simplesmente “VR, só que melhor” (embora rumores sugiram um novo headset da empresa), quais seriam as possibilidades? Há mais de uma década, a Valve já experimentava com biofeedback em jogos — uma ideia que ainda parece restrita a protótipos curiosos, mas que vem ganhando espaço. Um dos testes mais impressionantes foi um demo de Portal 2 que usava o movimento dos olhos do jogador para controlar a câmera, além de uma versão de Left 4 Dead 2 que ajustava a dificuldade com base no nível de estresse do jogador. A tecnologia pode não ser nova, mas o VR também demorou anos para se popularizar.

Outro candidato controverso é a IA generativa. Apesar de ser um tema quente atualmente, sua aplicação em jogos ainda se resume a promessas vagas. Existem discussões sobre como a IA poderia auxiliar no desenvolvimento de forma equilibrada, e algumas empresas, como a Nvidia, já testam NPCs controlados por IA. No entanto, a Valve precisaria dar um salto criativo e técnico enorme para integrar essa tecnologia de forma significativa em um jogo — especialmente em uma série conhecida por suas narrativas coesas. Será que isso é possível? Nem sabemos se a Valve tem algum projeto secreto nessa área.

A IA ainda parece experimental demais para ser o foco da Valve, mas é plausível imaginar que a empresa esteja trabalhando em algo relacionado a geração procedural, mesmo que não diretamente ligado a modelos de linguagem ou machine learning. Quanto ao blockchain, é ainda mais improvável: a Valve já baniu a tecnologia dos jogos da Steam, preferindo manter seu próprio mercado digital. Resta esperar para ver qual será o próximo grande salto — e se Half-Life estará no centro dele.


Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.

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