Apesar da revolução do streaming ter transformado o consumo de entretenimento globalmente, os principais executivos internacionais da Prime Video continuam firmes na crença do poder duradouro do cinema. “Sabemos que o público é seletivo com o que escolhe assistir nos cinemas, mas acreditamos que reunir as pessoas para uma experiência cinematográfica ainda é algo mágico”, afirmou Kelly Day, vice-presidente e chefe de operações internacionais da Prime Video, durante um painel no evento AVIA Future of Video India. “Acreditamos na janela de exibição nos cinemas.”
As declarações de Day foram feitas ao lado de Gaurav Gandhi, vice-presidente para Ásia-Pacífico e Oriente Médio da Prime Video, durante a primeira edição do World Audio Visual & Entertainment Summit (WAVES) em Mumbai. Elas contrastam com as opiniões de Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, que declarou no mesmo evento: “Garanto que ninguém, exceto distribuidores, está falando sobre janelas de exibição.”
A executiva revelou planos de distribuição nos cinemas ao explicar a estratégia dupla da Prime Video, que une o modelo tradicional ao streaming. “Vamos continuar testando para maximizar o potencial dos filmes e entregá-los aos clientes onde quer que queiram assistir. Nossa meta é produzir cerca de 14 a 15 títulos por ano para lançamento global nos cinemas”, disse Day. Essa abordagem reflete o objetivo da plataforma de se tornar um destino completo de entretenimento.
“Queremos ser o primeiro lugar em que as pessoas pensam quando querem assistir a algo”, explicou Day, reconhecendo que, como serviço de streaming, “não podemos produzir tudo o que milhões de clientes ao redor do mundo possam desejar.”
Gandhi destacou a expansão do hub de entretenimento da Prime Video na Índia, que já conta com “mais de 25 parceiros”, parte de uma rede global que inclui “centenas de assinaturas adicionais”, com mercados como o Japão alcançando “70+ parceiros”. Ele também mencionou inovações no mercado de aluguel indiano: “Estamos criando uma categoria para TVOD na Índia. Temos mais de 7.000 títulos no serviço de aluguel, e cerca de 60% são alugados mensalmente, com demanda em 95% dos códigos postais do país.”
Day ressaltou a presença global “relativamente única” da Prime Video, que opera em “mais de 200 países e territórios”, com “mais de 200 milhões de assinantes Prime no mundo”. O serviço varia conforme a região: em cerca de 25 países, ele é oferecido com benefícios como frete grátis, música e jogos, enquanto em outros funciona como plataforma independente.
A Índia foi destacada como um mercado crucial para a plataforma. Gandhi a definiu como “um local super importante para a Prime Video”, que “continua sendo um grande motor de crescimento” tanto para novos clientes quanto para assinantes já existentes. Além disso, o país é um “grande hub de conteúdo”, com “um dos maiores catálogos de produções originais fora dos EUA” – cerca de 25% do consumo desse conteúdo vem de outros países.
Gandhi também mencionou que a Índia serve como “hub de inovação” para a Prime Video, com lançamentos como o plano mobile e diferentes níveis de assinatura, como Prime e Prime Lite. Essas iniciativas permitem segmentar o público antes de expandir os modelos para outros mercados.
Por fim, Gandhi destacou a estratégia de programação em múltiplos idiomas: “Oferecemos conteúdo em 10 línguas na Índia. Como plataforma, queremos segmentar, mas também incentivar os usuários a experimentarem outros idiomas. Esse modelo é tão único que estamos aplicando em outros mercados com diversidade linguística.”
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com