Schedule 1 é aquele tipo de jogo indie que fica mais impressionante quanto mais tempo você passa observando. À primeira vista, parece um simulador de tráfico de drogas, onde você cultiva maconha em um apartamento apertado de dia e negocia à noite. Mas a complexidade de Schedule 1 surpreende quando você explora sua cidade meticulosamente construída, repleta de habitantes com nomes, empregos, rotinas, desejos e hábitos únicos.
Jessi, por exemplo, rapidamente se tornou a favorita da comunidade por sua… personalidade marcante. Ela é uma das primeiras clientes fixas que você recruta para seu império nascente e, definitivamente, uma figura efervescente. Ela pode ser um pouco rude, mas admiro sua franqueza e sua convicção inabalável de que o caps lock existe para ser usado. Você sempre sabe quando Jessi está pedindo mais drogas, porque a mensagem aparece assim: “EI, PRECISO DE 7 BIO STINK AGORA. TENHO $400”.
Como você já deve ter deduzido, Jessi também é querida porque compra muita droga. Tanto que é fácil convencê-la a levar mais unidades ou simplesmente cobrar mais caro.
No outro extremo está Kyle, um cara super tranquilo que fuma maconha e depois vai trabalhar no Taco Ticklers. Kyle foi a primeira cobaia de um experimento de observação feito pelo usuário do Reddit _inferno_44, que o seguiu por uma semana e registrou sua rotina. O resultado é tão mundano quanto se espera, mas o que chocou foi descobrir que o coitado é absurdamente explorado:
- 7h às 12h: Trabalhando no Taco Ticklers
- 12h30 às 13h: Pausa no Skatepark
- 13h30 às 21h: Trabalhando no Taco Ticklers
- 22h às 4h: Em casa
Kyle, meu parceiro, 14 horas de expediente na lanchonete? Isso é pesado. Mas, pensando bem, nunca vi mais ninguém de uniforme do Taco Ticklers por lá—ele deve ser o único funcionário, estilo Siri Cascudo.
“O cara faz dobradinha todo dia. Não é à toa que é o funcionário do mês e precisa de tanta droga”, comentou lonelystone81 no post.
Para piorar, você pode comprar o Taco Ticklers como fachada para lavagem de dinheiro, o que nos transforma nos vilões que ignoram todas as normas trabalhistas. Aliás, que detalhe incrível incluir aqueles 30 minutos de almoço na simulação. Nem Kingdom Come: Deliverance 2, um RPG cheio de rotinas e empregos, tem pausas para almoço (embora as pessoas frequentem a taverna depois do trabalho).
Depois, inferno seguiu o colega de quarto de Kyle, Austin. Não sei se já o encontrei no meu save, mas, pela rotina dele, aposto que seríamos amigos. Ele sai de casa um pouco mais tarde que Kyle e vai para o centro comunitário, onde presumivelmente trabalha até seu intervalo das 10h30. Em seguida, vai ao Taco Ticklers almoçar e dar uma moral para Kyle, antes de passar sete horas no fliperama. Às 23h, bem depois do toque de recolher, ele volta para casa. Que jogador dedicado.
“O cara deve ser o mago do pinball, passando tanto tempo na arcada”, brincou Exact-Trash2360.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.