Enquanto diversos setores se recuperam do impacto das novas tarifas comerciais impostas pelos EUA, você pode não ter percebido que um deles, muito próximo dos nossos corações, está entre os mais afetados: os jogos de tabuleiro.
Nos últimos 15 anos, mais ou menos, os RPGs de mesa, wargames e, principalmente, os board games viveram uma explosão de popularidade. O surgimento do Kickstarter e a popularização da cultura “nerd” permitiram que uma infinidade de jogos florescessem, conquistando públicos e alcançando financiamento e vendas sem precedentes.
Mas o que talvez você não saiba é que quase todos esses produtos são fabricados na China. Desde miniaturas e dados até tokens, cartas, tabuleiros e manuais, a grande maioria dos componentes—seja papel, cartão, peças de plástico em sprues ou cartas impressas—que você encontra em qualquer caixa de jogo ou kit inicial de RPG foi produzida lá antes de ser enviada para o Ocidente.
E agora, uma tarifa de 54% sobre importações chinesas para os EUA pode devastar o setor. Os custos vão disparar, e somados aos problemas que muitas empresas já enfrentavam com o aumento dos preços de frete global, o golpe pode ser fatal para várias editoras amadas pelos fãs.
A Stonemaier Games—que alcançou enorme sucesso em 2019 com o fenômeno Wingspan—publicou uma análise detalhada dos desafios à frente, e o título “A Linha do Tempo Mais Sombria” já diz tudo. “Qualquer editora—grande ou pequena, nova ou antiga—sem reservas financeiras está em apuros, especialmente se tiver jogos em produção na China”, alerta o texto, prevendo um futuro de preços nas alturas. A previsão é que as editoras passem a investir em tiragens menores de “produtos de baixo custo e alta margem”, vendidos diretamente aos consumidores ou em campanhas limitadas no Kickstarter, deixando varejistas—especialmente lojas locais—à margem.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.