Quando um serviço oferece uma assinatura vitalícia, minha primeira pergunta é: de qual vida estamos falando? Muitos incluem cláusulas definindo “vitalício” como alguns anos, enquanto outros juram que o serviço durará para sempre. Mas, com empresas trocando de dono a cada dois ou três anos, esses acordos são tão passageiros quanto o vento. Foi o que os clientes do The VPN Secure descobriram da pior forma quando a empresa simplesmente cortou todos os planos vitalícios.

O Techspot divulgou um e-mail compartilhado por usuários revoltados no Reddit, no qual a empresa justifica o fim dos planos vitalícios. A explicação? Eles “não sabiam” que esses planos existiam. Os novos donos, que assumiram em 2023, alegam que não foram informados sobre as vendas de assinaturas perpétuas e, como não adquiriram os contratos na compra, se recusam a honrá-los.

“Infelizmente, o antigo proprietário não revelou que milhares de planos vitalícios foram vendidos em plataformas como a StackSocial”, diz o e-mail. “Só descobrimos meses depois, quando nossa infraestrutura ficou sobrecarregada por essas contas – que, sem gerar receita, consumiam recursos sem ajudar a manter ou melhorar o serviço.”

Não é preciso dizer: não recomendamos esse VPN. Mas, se você busca uma opção confiável para jogos (ou para… outras atividades, como nossos amigos da Flórida bem sabem), temos sugestões melhores.

Inicialmente, o The VPN Secure só removeria contas inativas por seis meses, mas acabou encerrando todos os planos vitalícios. Alegaram que as vendas ocorreram antes de 2017, mas há registros de promoções do tipo até 2022. Os afetados receberam migalhas: descontos insignificantes em planos temporários.

Assinaturas já são um campo minado em termos de direitos, mas pelo menos seus prazos são claros. Já os planos “vitalícios” são armadilhas semânticas – promessas impossíveis, especialmente pelos preços irrisórios cobrados. Muitas vezes, são vendidos em massa antes da troca de donos, só para deixar o problema para o próximo.

Já fui vítima disso também. Paguei por um VPN “eterno” e, dois anos depois, o serviço evaporou. Desde então, vi essa história se repetir com VPNs e nuvens, mas aprendi a lição: nunca mais caio nesse conto.

Por mais sujas que sejam essas práticas, que sirvam de alerta. Desconfie de ofertas “vitalícias”, principalmente em serviços intangíveis como VPNs. Como sempre: se parece bom demais para ser verdade, é.

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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.