Presidente Trump atualizou sua ação judicial contra a CBS na sexta-feira, dobrando o valor que alega ser devido por “edição enganosa” de uma entrevista com Kamala Harris para $20 bilhões. Trump processou a rede em outubro, alegando que o programa “60 Minutes” violou a lei de fraude contra o consumidor do Texas ao editar a resposta de Harris sobre a guerra na Gaza. A CBS tentou descartar a ação, argumentando que suas decisões editoriais são protegidas pela Primeira Emenda.
O presidente atualizou sua queixa na noite de sexta-feira, adicionando uma nova alegação de “concorrência desleal” sob a Lei Lanham federal. A alegação afirma que Trump sofreu danos em sua função como proprietário da plataforma Truth Social. “O Presidente Trump foi prejudicado como concorrente na indústria de notícias e sofreu danos reais em um valor a ser determinado no julgamento desta ação,” afirma a queixa.
Consequência da edição da CBS, a ação alega que “a audiência foi indevidamente desviada para as plataformas de mídia dos réus, resultando em menor engajamento do consumidor, receitas publicitárias e lucros” para a Truth Social e outras ventures de mídia de Trump.
A CBS liberou os transcripts e vídeos completos da entrevista com Harris earlier esta semana em resposta a uma demanda da Federal Communications Commission (FCC). O transcript mostra que a CBS usou uma parte da resposta de Harris no “Face the Nation” e uma parte diferente no dia seguinte no “60 Minutes”. A ação judicial argumenta que o transcript completo mostra que a entrevista inteira foi “manipulada”.
“Os réus manipularam muito além da troca sobre o Primeiro-Ministro Netanyahu,” alega a ação. “Isso foi uma cobertura total de uma candidata incompetente em Harris, substancialmente motivada por ganho comercial e partidarismo rabido.” A queixa atualizada argumenta que o “60 Minutes” deletou outras “saladas de palavras de Harris que não faziam sentido” além da resposta sobre a Gaza.
A queixa também foi atualizada para abordar os argumentos da CBS em sua moção para descartar. A CBS notou que nem ela nem Trump residem no Texas, e portanto não há razão para litigar o caso em Amarillo. Se o caso não for descartado, a CBS pediu para transferi-lo para Nova York. Em resposta, Trump adicionou Ronny Jackson, o congressista republicano de Amarillo, como co-autor da ação. A queixa atualizada alega que Jackson, como Trump, é um consumidor de notícias que foi “enganado e induzido em erro” pela entrevista do “60 Minutes”.
A ação alega que Trump sofreu no mínimo $10 bilhões em danos na alegação da Lei Lanham, além de $10 bilhões na alegação original de fraude contra o consumidor do Texas. A ação também nota que Jackson sofreu “danos substanciais” não especificados na última alegação.
A CBS já argumentou que a Lei Lanham, como a lei do Texas, governa apenas discurso comercial e não se aplica a discurso político e editorial. “Não há argumento sério de que a alegação do Presidente Trump surge de discurso comercial,” escreveram os advogados da empresa em sua moção para descartar.
A Paramount Global, a empresa-mãe da CBS, está considerando um possível acordo com Trump, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto. Trump pediu esta semana que a licença da CBS seja revogada, e a FCC teria que aprovar a fusão pendente da Paramount com a Skydance. Brian Steinberg contribuiu para esta reportagem.