O ex-presidente Donald Trump está empenhado em reabilitar a imagem do lendário jogador de beisebol Pete Rose, que foi banido permanentemente pela Major League Baseball (MLB) e excluído do Hall da Fama devido às suas atividades de apostas. Na última sexta-feira, Trump anunciou em sua plataforma de mídia social, Truth Social, que planeja conceder um “perdão completo” a Rose, afirmando que o jogador, apesar de ter apostado em jogos de beisebol, nunca apostou contra seu próprio time. “Ele só apostava na vitória da sua equipe”, escreveu Trump.
O anúncio ocorreu após Trump ter gerado manchetes internacionais ao criticar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma reunião na Casa Branca. Trump acusou Zelensky de ser “desrespeitoso” com os Estados Unidos por não demonstrar gratidão pelos esforços de seu governo em mediar um acordo de paz com a Rússia, que invadiu a Ucrânia em 2022.
Em sua publicação, Trump destacou que Rose, apesar de ter errado ao apostar no beisebol, foi um dos maiores jogadores da história do esporte. “Ele nunca apostou contra si mesmo ou contra o outro time. Ele tem o maior número de rebatidas da história do beisebol e venceu mais jogos do que qualquer outro atleta”, afirmou. No entanto, não está claro o que o perdão de Trump pode significar na prática, já que Rose foi banido pela MLB em 1989 após ser acusado de apostar em jogos enquanto jogava e treinava o Cincinnati Reds. Ele negou as acusações por anos, mas admitiu em sua autobiografia de 2004, “My Prison Without Bars”, que havia apostado em jogos do Reds quando era técnico da equipe.
Além disso, em 1990, Rose foi condenado por falsificação de declarações de imposto de renda relacionadas à venda de memorabilia de beisebol, autógrafos e aparições pessoais, cumprindo cinco meses de prisão. Em 1991, o Hall da Fama do Beisebol decidiu banir permanentemente qualquer pessoa da lista de inelegíveis, o que impediu Rose de ser incluído no Hall. Apesar de ter solicitado sua reintegração várias vezes ao longo dos anos, ele sempre foi negado. Em 2016, Rose foi incluído no Hall da Fama do Cincinnati Reds, mas nunca alcançou o reconhecimento máximo do esporte.
Trump criticou a MLB por não ter “coragem ou decência” de incluir Rose no Hall da Fama enquanto ele ainda estava vivo. “Agora ele está morto e nunca experimentará a emoção de ser selecionado, mesmo sendo um jogador muito melhor do que a maioria dos que estão lá. Que pena!”, escreveu o ex-presidente. Ele também afirmou que o beisebol, que está “morrendo em todos os lugares”, deveria “sair de sua zona de conforto” e eleger Rose, mesmo que tardiamente, para o Hall da Fama.
Pete Rose faleceu em 30 de setembro de 2024, aos 83 anos. Ele detém o recorde da MLB de mais rebatidas na carreira (4.256), além de ser o líder em jogos disputados, vezes ao bastão e eliminações sofridas. Rose jogou 24 temporadas na MLB, de 1963 a 1986, atuando em várias posições. Ele ficou famoso por sua passagem pelo “Big Red Machine” do Cincinnati Reds, que conquistou títulos consecutivos da World Series em 1975 e 1976. Rose também teve passagens rápidas pelo Philadelphia Phillies e Montreal Expos, ganhando outro título da World Series com os Phillies em 1980.
Apesar de suas conquistas, o legado de Rose permanece marcado pela controvérsia das apostas. Agora, com o perdão de Trump, surge a questão de como a MLB e o Hall da Fama reagirão a essa tentativa de reescrever a história de um dos jogadores mais talentosos e polêmicos do beisebol.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com