A principal associação de comércio de eletrônicos dos EUA analisou os números mais recentes sobre as tarifas impostas pelo governo Trump e alerta: os preços de produtos populares podem disparar se as taxas anunciadas entrarem em vigor e forem repassadas integralmente aos consumidores. A Consumer Technology Association (CTA) divulgou nesta terça-feira um relatório com dados atualizados, baseados em informações da Trade Partnership Worldwide LLC. A análise indica que os consumidores americanos podem perder até US$ 123 bilhões em poder de compra por ano caso as tarifas já em vigor e as novas propostas sejam implementadas.
Segundo a CTA, no cenário atual, os consoles de videogame podem ficar 69% mais caros, enquanto os smartphones podem ter um aumento de 31%. Além disso, laptops e tablets podem subir 34%, e monitores, 32%. Na semana passada, a Microsoft já anunciou reajustes de mais de 25% em seus consoles Xbox, além de aumentos em acessórios e em alguns joggos exclusivos. Em 1º de maio, Tim Cook, CEO da Apple, alertou investidores que as tarifas de Trump podem custar à empresa US$ 900 milhões apenas no trimestre de junho de 2025. Além disso, previsões são incertas, já que o futuro das tarifas ainda não está definido.
A Apple espera que, no próximo trimestre, a maioria dos iPhones vendidos nos EUA venha da Índia, enquanto iPads, Macs e outros produtos serão fabricados no Vietnã. O relatório da CTA atualiza estudos anteriores de janeiro de 2025 e setembro de 2024, incorporando medidas recentes do governo Trump, como tarifas básicas de 10% sobre todas as importações e taxas adicionais de 11% a 50% para parceiros comerciais — além de uma alíquota efetiva de 145% para produtos chineses.
“Tarifas são impostos pagos pelos americanos”, disse Gary Shapiro, CEO da CTA, em comunicado. “Elas não afetam apenas empresas e startups, mas também o bolso das famílias, encarecendo a tecnologia que usamos no dia a dia.” Shapiro acrescentou que, embora o governo esteja focado em gerar empregos, os dados mostram que essas tarifas tendem a prejudicar a indústria e aumentar a inflação, em vez de impulsionar a economia.
As projeções da CTA consideram a manutenção da tarifa básica de 10% e a retomada, após 90 dias, das chamadas “tarifas recíprocas”, que se somam às já existentes sob a Seção 301 e a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA). Outras investigações em curso sobre semicondutores, eletrônicos, cobre e minerais críticos podem elevar ainda mais os custos de importação para o setor tecnológico.
Mesmo considerando possíveis retornos de produção aos EUA, a CTA estima que as perdas econômicas podem chegar a US$ 69 bilhões anuais. Para cada US$ 1 ganho pelos produtores domésticos, os consumidores podem perder até US$ 16 em poder de compra. A associação também anunciou o lançamento da Trade Week, um evento em Washington, D.C., onde membros da indústria discutirão com congressistas os impactos das tarifas. Paralelamente, a CTA iniciará uma campanha publicitária sobre o tema.
Fundada em 1947, a CTA é responsável pela Consumer Electronics Show (CES), maior feira de tecnologia do mundo, realizada anualmente em Las Vegas.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com