Novo Divisão da Ubisoft: Filho de Yves Guillemot Aposta que GenAI Vai Transformar o Futuro dos Games!

Ubisoft anuncia Charlie Guillemot e Christophe Derennes como co-CEOs de nova subsidiária, focando em Assassin's Creed, Rainbow Six e Far Cry.
Desde sua criação há quase 40 anos, a Ubisoft tem sido uma empresa familiar, com os irmãos Guillemot à frente do gigante francês dos jogos. Essa tradição se mantém com a nova subsidiária da empresa, que conta com parte do apoio financeiro da Tencent, e com Charlie Guillemot, filho do CEO Yves Guillemot, sendo nomeado co-CEO ao lado de Christophe Derennes, um veterano de Ubisoft Montreal.
Ambos liderarão a nova subsidiária, cuja meta é “acelerar o crescimento” das principais franquias da Ubisoft: Assassin’s Creed, Rainbow Six e Far Cry.
Charlie Guillemot iniciou sua trajetória no mundo dos games na Owlient em 2014, que mais tarde foi adquirida pela Ubisoft. Ele deixou a empresa em 2021, mas retornou recentemente, o que culminou em sua promoção a co-CEO. Christophe Derennes, por sua vez, foi cofundador da Ubisoft Montreal em 1997 e ocupou recentemente a função de diretor administrativo das operações da Ubisoft na América do Norte.
Quando questionado sobre potenciais preocupações em relação ao nepotismo, Charlie Guillemot afirmou que compreende os motivos que podem gerar críticas a sua promoção, mas enfatizou que sua nomeação se fundamenta nas necessidades atuais da Ubisoft. “Sim, sou filho de Yves, mas isso não é o único fator; é sobre o que a empresa necessita neste momento”, explicou.
Ele será responsável pela “visão, direção, desenvolvimento de conteúdo e marketing” das principais franquias da Ubisoft, enquanto Derennes irá supervisionar produção, co-desenvolvimento e tecnologia.
Olhando para o futuro, Charlie expressou sua expectativa de que a inteligência artificial generativa e as tecnologias de nuvem “revolucionem” o desenvolvimento de jogos e as experiências dos jogadores. Ele observou que isso pode implicar em conteúdos mais curtos, voltados para novas gerações que consomem informações de maneira diferente. Ele acredita que a indústria enfrentará mudanças tecnológicas que ainda não conseguimos prever totalmente, e a Ubisoft pretende ter um papel ativo na construção desse futuro.
Seus comentários sobre inteligência artificial devem gerar polêmica, especialmente considerando as preocupações levantadas por desenvolvedores sobre o impacto dessa tecnologia no setor e sobre possíveis perdas de emprego. Um relatório recente indicou que a maioria dos desenvolvedores de jogos em nível global já utiliza IA, apesar das apreensões dos trabalhadores. Recentemente, desenvolvedores que foram demitidos da empresa responsável pelo Candy Crush da Microsoft afirmaram que os “ferramentas de IA que ajudaram a criar estão os substituindo”.
Derennes, por sua vez, declarou que as franquias de jogos já não são apenas “jogos”, mas sim “universos” inteiros, que se tornaram partes essenciais da cultura pop.
Na entrevista, Derennes comentou que as franquias Far Cry, Assassin’s Creed e Rainbow Six evoluíram para “universos completos”, e a intenção é expandir ainda mais seu alcance, impacto cultural e relevância junto a novas audiências.
A nomeação de Charlie Guillemot e Derennes como co-CEOs representa a primeira fase de uma série de anúncios relacionados à nova subsidiária. “Junto com Charlie, trabalharemos na formação da equipe de liderança dessa nova estrutura, definindo papéis e governança. As mudanças estão em andamento e são um esforço coletivo. Embora estejamos felizes em compartilhar esse marco hoje, ainda temos algumas etapas a percorrer antes que a nova organização esteja operacional”, afirmou Derennes.
Em março, a Ubisoft anunciou a criação dessa nova “subsidiária dedicada”, focada em Assassin’s Creed, Far Cry e Rainbow Six, com a Tencent investindo mais de $1 bilhão para adquirir uma participação. A Ubisoft afirmou que as partes de seu negócio que não estão relacionadas a essa nova entidade, como The Division e Ghost Recon, assim como o desenvolvimento de novos IPs, continuarão em paralelo.
A Tencent se destacou como a vencedora após um “processo competitivo”, no qual a Ubisoft analisou diversas “opções estratégicas”. Notícias anteriores indicaram que a Microsoft e a EA estavam entre as opções consideradas.
O último ano foi agitado para a Ubisoft, que enfrentou uma série de desafios, incluindo cortes de custos que resultaram em demissões em massa e fechamento de estúdios, além do encerramento do XDefiant.