A Writers Guild of America (WGA) convocou seus membros na sexta-feira para manter as punições aplicadas a quatro roteiristas acusados de violar as regras do sindicato durante a greve de 2023. Três deles – Edward John Drake, Roma Roth e Julie Bush – foram acusados de realizar “serviços de escrita” proibidos, quebrando a solidariedade da categoria. Um quarto membro, Tim Doyle, foi repreendido por uma piada de mau gosto em um grupo de escritores no Facebook.
O conselho da WGA West decidiu pela expulsão de Drake e Roth, a punição mais severa do sindicato. Bush recebeu suspensão temporária e foi banida permanentemente de atuar como capitã de greve, enquanto Doyle foi censurado publicamente. Todos os quatro recorreram das decisões, e os membros da WGA votarão online entre 6 e 9 de maio para decidir se mantêm ou revogam as punições.
Os Casos em Detalhe
Edward John Drake, roteirista e diretor do filme independente “Guns Up”, foi acusado de continuar escrevendo durante a greve (“scab writing”) e se recusar a entregar versões do roteiro aos investigadores. Ele argumentou que fez apenas ajustes como diretor, seguindo as normas da Directors Guild of America (DGA), e se recusou a identificar quem reescreveu o final do filme – um não membro da WGA.
Drake afirmou que foi punido por não “delatar colegas” e acusou o sindicato de conduzir um processo injusto. “Vivi meses sob a guilhotina do medo, esperando a expulsão pública a qualquer momento”, escreveu em seu apelo.
Já a WGA defendeu a decisão, alegando que Drake demonstrou “desprezo pelo processo” e abandonou audiências. “Todo membro sabe que, em greve, os lápis devem parar. Edward Drake não os parou”, rebateu o sindicato.
Roma Roth, showrunner da série “Sullivan’s Crossing” no Canadá, foi acusada de participar de reuniões de roteiro e revisar scripts durante a paralisação. Ela se defendeu dizendo que atuou apenas como produtora executiva após o início da greve e que as testemunhas contra ela tinham motivações pessoais.
Julie Bush foi punida por entregar um roteiro revisado para uma produtora não signatária da WGA. Ela argumentou que consultou advogados do sindicato antes de fechar o acordo e que a empresa a traiu, não honrando o pagamento. “Usaram minhas próprias denúncias contra mim”, protestou.
O caso mais polêmico foi o de Tim Doyle, censurado por uma postagem no Facebook interpretada como alusão a um linchamento. Ele afirmou que era um humor negro sobre seu próprio estado mental, mas o sindicato manteve a punição por considerar a imagem prejudicial à união dos membros.
A WGA reforçou que as punições visam “transparência e respeito à ação coletiva”, enquanto os acusados alegam processos injustos e excesso de rigor. A votação dos membros definirá o desfecho desta batalha interna.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com