Fallout 76 viveu um arco de redenção nos últimos anos, mas quem acompanhou seu lançamento sabe que, além de polêmicas, o jogo enfrentou problemas graves—mesmo com uma base promissora. A recepção foi dura: Jeff Gardiner, líder do projeto, chegou a ser xingado em público, e Todd Howard admitiu em uma entrevista à Wired que a equipe “lutou” para atender às expectativas.
Nate Purkeypile, artista da Bethesda por 14 anos, abandonou o desenvolvimento AAA para trabalhar sozinho. Em uma palestra na GDC, ele revelou que parte da decisão veio da reação tóxica a Fallout 76. “Lançar Fallout 76 foi difícil. A internet pode ser horrível; mesmo que The Elder Scrolls 6 seja incrível, vai ter vídeos de uma hora no YouTube e ameaças de morte de novo. Não quis lidar com isso”, disse.
Ele ainda destacou que o problema não se limita a um jogo—é algo da indústria. Desenvolver sozinho, por outro lado, atrai menos ódio. “Se seu jogo não agrada, a internet age como se você estivesse espancando filhotes de foca… Sabia que, independente do que eu criasse, nunca teria a mesma exposição negativa.”
O comentário ecoa discussões recentes, como a inclusão de um samurai negro em Assassin’s Creed Shadows. Um clipe do streamer FightinCowboy viralizou após ele calar haters no chat: “Pessoas normais não se incomodam com isso.” A polêmica chegou a Elon Musk, que opinou e foi rebatido pela conta oficial da franquia. Desde 2018, o clima não melhorou.
Hideki Kamiya, lendário criador de Devil May Cry e Resident Evil 2, chamou a campanha de ódio contra o jogo de “patética”, lamentando que vozes sensíveis sejam abafadas pelo barulho dos revoltados. Mesmo com críticas melhores que Fallout 76, Shadows atraiu hostilidade comparável—ou pior. Os casos mostram a toxicidade ainda reinante, levando a Ubisoft a criar um plano contra assédio para proteger sua equipe. Tomara que Purkeypile esteja errado sobre The Elder Scrolls 6, mas é bom se preparar para o pior.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.