Soo Hugh, responsável pela série “Pachinko” da Apple TV+, Beau Willimon, showrunner de “House of Cards”, e Jane Tranter, produtora da Bad Wolf e ex-executiva da BBC, estão entre os destaques da primeira edição do Canneseries Industry, que acontecerá entre 25 e 27 de abril. O evento, anunciado nesta terça-feira, amplia as iniciativas já consolidadas do Writers Club (em atividade há seis anos) e do Producers Club (lançado em 2022), focados em networking e debates, sem a intenção de criar um mercado em Cannes para substituir o extinto MipTV.
O Producers Club reunirá entre 70 e 75 produtores, enquanto o Writers Club contará com 19 roteiristas internacionais e 22 franceses. Neste ano, foram adicionados os novos Composers Club e Casting Club, além do Broadcasters Conclave, um espaço fechado para diretores de ficção de emissoras públicas e privadas europeias discutirem os desafios do setor.
Soo Hugh, que também co-dirigiu “The Terror” (produzido por Ridley Scott para a AMC), participará de um encontro no dia 25 de abril. Beau Willimon, presente em diversos painéis, debaterá no dia 26 o tema “Merging New Responsibilities” ao lado de Rosalie Cimino (Anonymous Federation) e Marie Roussin (criadora de “Voltaire High”). Jane Tranter, ex-diretora de ficção da BBC e fundadora da Bad Wolf (“His Dark Materials”, “Doctor Who”), será entrevistada no mesmo dia, coincidindo com o 10º aniversário de sua produtora.
Já no dia 27, Eric Rochant, criador da aclamada série francesa “The Bureau” (que ganhou um remake americano, “The Agency”, da Paramount+/Showtime), participará de outro encontro exclusivo. Todos os palestrantes abordarão as mudanças no mercado de TV, que, apesar de uma certa estabilidade pós-Peak TV, ainda enfrenta turbulências devido ao impacto da IA.
O Canneseries Industry se destaca por seu clima descontraído, longe da agenda apertada de outros eventos, oferecendo uma oportunidade valiosa para executivos americanos buscarem parcerias com redes europeias — cujos orçamentos, embora reduzidos nos últimos anos, não sofreram quedas tão drásticas quanto nos EUA. Entre as emissoras confirmadas estão NRK e TV2 (Noruega), YLE (Finlândia), Streamz (Bélgica), ZDF (Alemanha), France Télévisions e Canal+ (França), RTS (Suíça) e HOT (Israel).
O evento também reflete a força da produção europeia, com países menores se destacando. A Finlândia, por exemplo, terá sete séries em diferentes seções, enquanto o serviço de streaming flamengo Streamz apresenta cinco produções, duas delas em competição. Um dos destaques é “Dead End”, série belga estrelada por Malin-Sarah Gozin (conhecida por “Clan”, adaptada para “Bad Sisters” na Apple TV+), que promete gerar discussões em Cannes com sua premissa única: um homem capaz de reviver os últimos momentos de uma pessoa ao saborear o que ela tocou — uma habilidade macabra usada para ajudar a polícia a caçar um assassino.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com