David Fincher e Romain Chassaing Criam Comercial Distópico para Xbox e Samsung Revivendo Aestética de Videoclipes dos Anos 90

Antes de se tornar um renomado cineasta nos anos 1990, dirigindo filmes como Seven, Clube da Luta e A Rede Social, David Fincher já fazia sucesso como diretor de videoclipes, incluindo o icônico Vogue, de Madonna. Seu novo comercial para Xbox e Samsung, intitulado Wake Up e co-dirigido por Romain Chassaing, provavelmente ficará no final da lista em sua filmografia.

A peça retrata uma sociedade de ratos vivendo vidas urbanas cinzentas e monótonas, lembrando muito o universo distópico de Brazil, de Terry Gilliam, ou até mesmo o curta-metragem Happiness, de Steve Cutts, que também usa ratos como metáfora. A diferença é que alguns desses ratos não são ratos de verdade—eles escapam da rotina ao se transformar em humanos nos breves momentos em que jogam games publicados pela Microsoft.

O curioso é que apenas o protagonista, que joga Valorant em uma TV Samsung OLED no final, parece estar usando um Xbox. Os outros humanos estão jogando títulos do Xbox, mas em dispositivos diferentes: South of Midnight em um celular, Indiana Jones and the Great Circle em um PC e Avowed em um portátil que parece ser um ROG Ally com branding da Xbox.

O comercial é clichê de um jeito que remete às origens de Fincher nos videoclipes, daqueles onde funcionários de escritório encontram liberdade através do “poder transformador” da música. Também lembra uma era de propagandas de videogame iniciada pela Sony em 1999, com campanhas como Do Not Underestimate the Power of PlayStation, cheias de peças estranhas e memoráveis, como Double Life. A Microsoft seguiu o mesmo caminho em 2002 com Life is Short, que, na minha opinião, transmitia sua mensagem de forma muito mais eficaz do que este novo anúncio.

No fim, é um tanto estranho ver uma corporação que demite funcionários por criticarem publicamente seu fornecimento de tecnologia de IA para o exército israelense tentando se passar como uma alternativa “cool” à mesmice do trabalho cotidiano. Quem criou o Microsoft Teams não deveria se safar com uma propaganda dessas.


Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.

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