Há quase 15 anos desde sua estreia em “The Good Wife”, Elsbeth Tascioni (Carrie Preston) — a excêntrica e brilhante advogada que se tornou investigadora — sempre acreditou na justiça e na lei. Mas, no episódio desta semana da série da CBS, ela testemunha o colapso desse ideal diante de seus olhos.
Após enfrentar o corrupto juiz Milton Crawford (Michael Emerson), que ela suspeita ter cometido um assassinato para encobrir crimes do passado, Elsbeth presencia seu assassinato pela própria pessoa que ela tentava inocentar. Preston revela à Variety que esse momento marca uma virada sombria na série, especialmente por compartilhar cenas intensas com Emerson, seu marido na vida real há 26 anos.
“É o episódio mais dramático da série até agora, e crucial para o arco da personagem”, diz Preston. “Vamos ver como ela supera isso, porque a queda é dura e a leva a um lugar obscuro, inédito para ela.”
Desde que foi convocada como juíza no tribunal de Crawford, Elsbeth acreditou na inocência de Delia (Meredith Holzman), acusada de matar o parceiro Andrew (Quincy Dunn-Baker). Ela deduziu que o verdadeiro assassino era o próprio juiz, que usou sua influência para abafar o caso. O formato “how-to-catch-em” da série já mostrou Crawford cometendo o crime no primeiro episódio de Emerson, em 12 de dezembro.
Elsbeth conseguiu inocentar Delia, mas não abandonou a caça a Crawford. Neste episódio, descobrimos o motivo: 33 anos atrás, Andrew testemunhou o juiz — então um adolescente violento — matar uma jovem que rejeitou seus avanços. Elsbeth e o capitão Wagner (Wendell Pierce) viajaram a Cape Cod para investigar e encontraram provas com o sangue de Crawford, mas ele usou seu poder para destruí-las.
Frustrada, Elsbeth confronta o juiz, que celebra sua impunidade. Mas, em um golpe chocante, Delia aparece e atira nele à queima-roupa, dizendo a Elsbeth, devastada, que não poderia deixá-lo escapar. A morte de Crawford encerra a parceria on-screen de Emerson e Preston, que já interpretaram mãe e filho em “Lost” e um casal em “Person of Interest” — mas, segundo eles, esta foi a colaboração favorita de ambos.
“Eu contra você? Não tem como ficar melhor”, brinca Emerson.
Apesar da morte do juiz, seu legado assombrará os dois últimos episódios da temporada (e a 3ª temporada, já confirmada). O trauma abala até o filho de Elsbeth, Teddy (Ben Levi Ross), que desiste de seguir carreira jurídica, enquanto ela luta para processar a falha do sistema que tanto defendeu.
“Ele morre como mártir, com todas as provas apagadas graças ao seu poder. Isso diz muito sobre nosso mundo”, reflete Preston. “Como alguém como Elsbeth, que acredita na justiça, lida com a ideia de que fazer tudo certo não garante um final justo?”
Em entrevista, o casal detalha os bastidores da cena da morte, os desafios de interpretar rivais e o impacto desse arco na série. Confira os destaques:
O Fim de Crawford
Preston revela que a equipe cogitou estender a participação de Emerson, mas o desfecho foi a escolha certa para a narrativa. “Foi uma das decisões mais fortes dos roteiristas”, elogia. Já Emerson achou a morte surpreendente e bem-executada: “Das minhas ‘mortes’ na TV, foi a mais divertida de filmar”.
O Confronto Final
A última fala de Crawford — “O mundo recompensa o poder, e eu sou um homem poderoso” — foi um momento de pura hubris. “Ele estava tão imbatível que confessou sem medo, sem imaginar o que viria depois”, comenta Emerson. A cena foi gravada em um tribunal real, com Preston encarando o marido com a intensidade de Elsbeth: “Seu olhar penetrante me perturbou — é bem diferente do que vejo em casa”, ri ele.
O Legado da História
Preston destaca que a jornada de Elsbeth agora entra em terreno inexplorado: “Ela sempre foi otimista, mas como reagirá ao cinismo? Essa é a beleza da série — nada é previsível.” Quanto a trabalhar juntos, o casal não esconde a satisfação: “Entre todos nossos projetos, este é o melhor”, finaliza Emerson.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com
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