Harvey Weinstein concedeu uma entrevista reveladora à comentarista política conservadora Candace Owens diretamente da prisão, onde o produtor de cinema, agora caído em desgraça, reafirma sua inocência e rejeita as acusações feitas por mulheres de Hollywood. Logo no início da conversa, Weinstein declara ter sido “condenado injustamente”, criticando as duas condenações por crimes sexuais: a primeira em 2020, por ato sexual criminoso em primeiro grau e estupro em terceiro grau, e a segunda em 2022, por estupro. Sua condenação de 2020 foi anulada em 2024 porque o juiz permitiu testemunhos baseados em alegações não relacionadas ao caso – um argumento que Weinstein repete várias vezes como prova de sua suposta inocência.
Ele classifica suas ações como meros “erros”, insistindo que nunca cometeu nada “ilegal”. “Machuquei minha família, machuquei meus amigos, traí minha esposa. Isso foi um erro, um erro terrível”, admitiu. “Mas não cometi esses crimes. Juro por Deus, pelas pessoas assistindo agora e pela minha família.” Weinstein atribui suas infidelidades ao estresse do trabalho. “Não fui um bom chefe”, reconhece. “Era duro e exigente, deveria ter sido melhor, mas não fui. Tinha um temperamento forte. Deveria ter me controlado mais, e a pressão do trabalho foi minha desculpa para as traições.”
Owens então questionou Weinstein sobre algumas de suas acusadoras, como Gwyneth Paltrow. Em 2017, Paltrow afirmou que Weinstein a convidou para seu quarto de hotel, tocou nela e sugeriu uma massagem após escalá-la para o filme “Emma” (1996). O produtor, agora preso, chamou a acusação de “pura invenção”. Embora admitisse que “fez investidas”, garantiu que “não a tocou”. “Ela achou que o relacionamento era abusivo, mas quem testemunhou nossa interação sabe que viramos grandes amigos”, disse. “Há fotos dela me abraçando quando eu estava doente no hospital em 1999. No Globo de Ouro, ela disse: ‘Bomber, sentimos sua falta.’ Fez um discurso sobre mim – ninguém pediu. No Oscar, ela me agradeceu.” Weinstein alega que o rompimento com Paltrow ocorreu porque rejeitou o roteiro de “Secret History”, escrito por ela e seu irmão Jake.
O produtor também abordou Rose McGowan, que em 2017 revelou ao The New York Times que Weinstein pagou US$ 100 mil para silenciá-la sobre um encontro sexual no Sundance Film Festival. Documentos citados pelo jornal destacam que o valor não era uma “admissão de culpa”, mas sim para “evitar litígios”. Weinstein, porém, afirma que o dinheiro foi para esconder a traição de sua então-esposa, Eve Chilton. “Paguei a Rose McGowan para que não contasse à minha esposa, para não me causar problemas.”
Sobre sua vida atual, Weinstein – que parece contar com a simpatia de Owens – revela que ainda ajuda colegas do cinema a desenvolver projetos… de dentro da cadeia. “Amigos da indústria me enviam roteiros e pedem opiniões. Ajudo como posso, sem ganhar nada – apenas por eles.” Enquanto isso, ele enfrenta um novo julgamento em Nova York, acusado de ato sexual criminoso e estupro por ex-modelo Kaja Sokola, ex-assistente de TV Miriam Haley e atriz Jessica Mann.
A entrevista estreia no YouTube nesta terça, mas assinantes do serviço pago de Owens já podem acessá-la.
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com