Post Malone fechou sua apresentação principal no Coachella no domingo com direito a cigarros e copos vermelhos de plástico, misturando os sucessos do hip-hop de seus primeiros trabalhos com o tom country que marcou seus álbuns mais recentes. Durante mais de uma hora no palco, o cantor, vestindo jeans de cintura alta e camiseta para dentro, comandou o show sozinho, sem os convidados que costumam aparecer em seus singles. Ele percorreu sua carreira de forma autêntica, pedindo desculpas algumas vezes por desafinações (que, na verdade, nem aconteceram) e agradecendo repetidamente ao público por comparecer em uma noite de semana.
Malone é pura energia no palco, seja com suas danças descontraídas ou com a surpresa genuína de ver tanta gente ali para vê-lo. Mesmo depois de mais de uma década na estrada, ele mantém suas performances cativantes, lidando com a pressão de forma natural e transformando tudo em uma experiência compartilhada. Seu show no Coachella foi como uma balada interativa com aquele amigo que, por acaso, faz músicas incríveis. E ele não economizou nos hits: de “Better Now” e “Go Flex” a “Goodbyes” e “Losers”, o repertório foi completo. Algumas faixas de hip-hop ganharam arranjos country—”Rockstar” ficou com um twang inconfundível, assim como “Psycho”, que ele brincou ser “uma música sobre um relógio”. Mas os gêneros se misturaram sem esforço, assim como a evolução musical de Malone ao longo dos anos.
Acima de tudo, ele estava se divertindo. “Senhoras e senhores, essa próxima música é sobre minha forma geométrica favorita: o trapézio”, anunciou antes de tocar “Circles”. Um dos momentos altos foi “I Had Some Help”, sua parceria explosiva com Morgan Wallen, que soou vibrante e festiva. “Coachella, todo mundo está curtindo a noite?”, perguntou após “Wrong Ones”, erguendo seu copo plástico no ar. “Só queria dizer como é foda demais estar aqui tocando pra vocês. Já vim a esse festival algumas vezes na vida, e, senhoras e senhores, eu tenho 30 anos—no dia 4 de julho, faço 30.” Uma pausa para acender um cigarro. “Mas queria agradecer a cada um de vocês que acompanha minha música há tanto tempo. Sei que tem sido uma jornada maluca, e só queria dizer o quanto sou grato.”
Encerrando com “Sunflower”, enquanto caminhava pela plateia, ele deixou sua mensagem clara: “Espalhem amor, deem amor, recebam amor. Não importa pelo que estejam passando, senhoras e senhores, vocês são mais amados do que imaginam.”
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Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com