Cineasta de “Leaving Neverland” Planeja Terceiro Documentário Sobre Julgamento de Acusadores de Michael Jackson

Dan Reed, diretor de Leaving Neverland, planeja lançar um terceiro documentário para acompanhar o julgamento dos acusadores de Michael Jackson, Wade Robson e James Safechuck, contra as empresas do falecido astro pop. Reed já está preparando a sequência do polêmico documentário de 2019, no qual Robson e Safechuck alegaram ter sido abusados sexualmente por Jackson quando crianças. Intitulado Leaving Neverland 2: Surviving Michael Jackson, o novo filme estreia em 18 de março no Channel 4, no Reino Unido, e no YouTube, nos Estados Unidos.

O documentário de 50 minutos foca principalmente na batalha de Robson e Safechuck para levar seu caso à Justiça. Eles processaram as empresas de Jackson, administradas por sua herança, por não tê-los protegido dos supostos abusos. Jackson negou as acusações até sua morte, em 2009, e sua herança mantém a mesma postura. Após uma década de idas e vindas no sistema jurídico, um tribunal de apelações da Califórnia decidiu, em 2023, que o caso deve ir a julgamento, marcado para o próximo ano.

Reed afirma à Variety que, se tudo correr como planejado, ele estará na sala do tribunal com sua equipe e câmeras. “Levou um tempo enorme para chegarmos a uma data de julgamento que parece realmente viável”, diz ele, embora acredite que a herança de Jackson “tentará de alguma forma impedir que o caso vá a julgamento”. “Mas quem sabe? Talvez a justiça prevaleça e haja um julgamento. E, se houver, eu quero estar lá”, completa.

No entanto, mesmo que Robson e Safechuck consigam seu dia na corte, é possível que as câmeras não sejam permitidas na sala. “Essa é uma grande questão: o juiz permitirá as filmagens? E isso realmente depende da decisão do juiz”, explica Reed. Para Leaving Neverland 2, ele obteve permissão para filmar dentro do Tribunal de Santa Monica durante várias audiências. “Sinto-me muito sortudo por termos conseguido, porque é um assunto tão árido”, acrescenta.

O segundo documentário foca principalmente nos altos e baixos jurídicos que levaram Robson e Safechuck a conseguirem um julgamento. Reed acredita que era importante preencher as lacunas da história de Leaving Neverland. “É um filme-ponte entre um começo de grande visibilidade e o que espero ser um final muito dramático”, diz ele. “Poderíamos ter incluído todo esse material no julgamento, mas acredito que o julgamento será tão dramático que não haverá tempo para o que aconteceu no meio.”

Após a estreia de Leaving Neverland em 2019, o documentário recebeu aclamação da crítica e ganhou um Emmy de melhor documentário ou especial não ficcional, mas também atraiu críticas duras da herança de Jackson e de seus fãs. Jackson já havia sido alvo de acusações de abuso sexual no passado, chegando a ser julgado em 2005 por alegações de molestamento de menores e intoxicação de uma criança, das quais foi absolvido. Desde sua morte, em 2009, sua família e herança continuam a afirmar sua inocência. Representantes da herança de Jackson não responderam imediatamente ao pedido de comentário da Variety.

Reed espera que, ao continuar contando a história de Robson e Safechuck com Surviving Michael Jackson — e eventualmente com o terceiro documentário —, os espectadores possam “perceber que essas são pessoas reais, com uma história real, e famílias reais que estão passando por isso”. “Eles não são apenas duas pessoas que apareceram porque viram uma oportunidade de ganhar dinheiro”, diz ele. “São pessoas que dedicaram pelo menos uma década de suas vidas em busca de justiça.”


Este artigo foi inspirado no original disponível em variety.com

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