Steam Remove Jogo Adulto ‘No Mercy’ no Reino Unido Após Reação de Autoridades por Conteúdo Extremamente Perturbador

A Valve interrompeu as vendas do jogo adulto No Mercy no Steam no Reino Unido esta semana após uma reclamação do secretário de Tecnologia britânico, Peter Kyle. Ele classificou o jogo como “profundamente preocupante” e exigiu sua remoção devido ao conteúdo extremo, conforme divulgado pelo veículo LBC.

De acordo com a página do jogo no Steam — agora indisponível —, No Mercy inclui temas como “incesto”, “chantagem” e “cenas de sexo não consensual inevitáveis”, além de prometer aos jogadores a chance de se tornarem “o pior pesadelo de qualquer mulher” e “nunca aceitar um ‘não’ como resposta”.

Além do Reino Unido, o jogo também foi retirado das lojas no Canadá e na Austrália. Na quinta-feira, a desenvolvedora Zerat Games anunciou que removeria o título completamente do Steam, embora tenha defendido seu conteúdo como inofensivo. Em um comunicado publicado na página do jogo (agém inacessível), a empresa afirmou: “Não queremos lutar contra o mundo inteiro e, especificamente, não desejamos causar problemas para a Valve”. Usuários que já haviam adquirido o jogo ainda mantêm acesso.

Desde que passou a permitir jogos adultos em sua plataforma em 2018, a Valve adotou uma moderação leve, removendo apenas títulos com conteúdo ilegal ou considerados “trollagem”. No entanto, No Mercy pode violar a legislação britânica: uma lei de 2008 proíbe a posse de “imagens pornográficas extremas”, incluindo representações realistas de sexo não consensual.

“Esse tipo de material repugnante já é ilegal”, declarou a secretária do Interior, Yvette Cooper, ao LBC. O caso também reacendeu o debate sobre o controle de acesso de menores a conteúdo adulto no Steam. O Reino Unido aprovou em 2023 a Lei de Segurança Online, que exige verificação rigorosa de idade (como ID ou cartão de crédito) para acesso a pornografia — algo que a plataforma não aplica atualmente.

Críticos, incluindo a Electronic Frontier Foundation, argumentam que medidas como essa ameaçam a liberdade de expressão e a privacidade. Inicialmente, a lei britânica previa a remoção de conteúdo “legal mas prejudicial”, mas esse trecho foi retirado após polêmica. Já a ex-secretária de Cultura Nadine Dorries defendeu a proibição de jogos como No Mercy: “É chocante e alimenta a narrativa tóxica de figuras como Andrew Tate entre jovens vulneráveis”.

Antes da remoção voluntária, uma petição no Change.org reuniu mais de 13 mil assinaturas pedindo o banimento global do jogo, alegando que ele “trata o estupro como entretenimento, colocando mulheres e meninas em risco”. A Zerat Games rebateu, afirmando que vídeos online distorceram o conteúdo do jogo com “imagens de outro título”, mas admitiu que No Mercy retrata comportamentos “repulsivos na vida real”. A desenvolvedora ressaltou, porém, que temas como incesto e dominação masculina são fantasias comuns sem impacto social.

A Valve já endureceu parcialmente suas regras desde 2018, vetando imagens reais explícitas e banindo títulos como Rape Day em 2019. Mesmo assim, sua abordagem segue majoritariamente liberal. Uma breve navegação pela seção adulta do Steam revela outros jogos com conteúdo extremo, desde “controle mental” até “violência sexual opcional”. A empresa não se pronunciou sobre o caso.


Este artigo foi inspirado no original disponível em pcgamer.com.

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