Era uma vez, numa região distante e verdejante, uma floresta encantada chamada Floresta de Esmeralda. As árvores eram altas e imponentes, seus galhos entrelaçados formavam um teto verdejante que impedia a luz do sol de alcançar o solo. Nessa floresta, a natureza era abundante e cheia de mistérios.
Na margem da floresta, vivia uma menina chamada Luna, de 10 anos, com cabelos castanhos e olhos azuis brilhantes. Luna era uma menina curiosa e aventureira, que adorava explorar a floresta e ouvir as histórias dos mais velhos sobre seus segredos. Ela tinha aprendido que a floresta era um lugar mágico, onde as fadas dançavam sob a luz da lua e os duendes brincavam entre as árvores.
Um dia, enquanto brincava perto da entrada da floresta, Luna encontrou um velho sentado em um tronco de árvore, com um olhar distante e profundo. O velho era o guardião da floresta, conhecido como Eremita das Árvores, e tinha a sabedoria de todos os tempos.
“Olá, velho Eremita,” disse Luna com um sorriso. “Você sabe histórias da floresta?”
O Eremita sorriu gentilmente e respondeu: “A floresta tem muitas histórias, menina. Mas nem todas são para ouvidos pequenos.”
Luna, curiosa, implorou para ouvir uma história. O Eremita suspirou e começou:
“Há muito tempo atrás, quando a floresta era ainda mais verdejante e cheia de vida, um espírito maligno chamado Gárgula habitava suas profundezas. Gárgula era uma criatura de sombras e trevas, com um olhar que congelava o coração e um grito que ecoava pelos vales. Ele se alimentava do medo das pessoas e da energia vital da floresta, deixando um rastro de tristeza e desolação por onde passava.”
Luna, fascinada pela história, perguntou: “O que aconteceu com o Gárgula, Eremita? Ele foi derrotado?”
O Eremita, com um olhar sério, respondeu: “A floresta tem muitos mistérios, menina. E o destino do Gárgula é um deles. Dizem que ele foi aprisionado em um tronco de árvore, preso por um feitiço ancestral. Mas também dizem que ele pode voltar, caso alguém quebre o feitiço.”
Luna, com medo, perguntou: “Como se quebra o feitiço, Eremita?”
O Eremita, com um sorriso misterioso, disse: “O feitiço se quebra com o medo, menina. Se alguém se perder na floresta e tiver medo o suficiente, o Gárgula poderá se libertar e trazer o caos de volta.”
Luna, assustada, prometeu nunca se perder na floresta. Mas, a curiosidade era forte demais. No dia seguinte, Luna voltou à floresta, determinada a encontrar o tronco de árvore onde o Gárgula estava preso. Ela caminhou por horas, passando por árvores gigantescas, riachos cristalinos e cachoeiras imponentes.
De repente, Luna se deparou com uma clareira estranha e sombria. No centro da clareira, um tronco de árvore se erguia imponente, com marcas estranhas e profundas. Luna se aproximou cautelosamente, sentindo um frio gelar a espinha.
“É aqui,” pensou Luna. “É aqui que o Gárgula está preso.”
De repente, o tronco da árvore começou a tremer. Raízes grossas se retorceram como tentáculos, cercando Luna em um abraço mortal. Luna, presa e com medo, gritou por ajuda, mas ninguém a ouviu.
Então, um rosto grotesco emergiu da árvore, com olhos vermelhos brilhantes e dentes afiados. Era o Gárgula, livre de sua prisão.
“Você me libertou, menina!” berrou o Gárgula com uma voz rouca e ameaçadora. “Agora, você pagará por isso!”
Luna, apavorada, correu desesperadamente para escapar. Mas o Gárgula era muito rápido. Ele se esticou, agarrando Luna com suas garras afiadas e a levantando no ar.
“Você vai me alimentar, menina,” sibilou o Gárgula. “Você vai alimentar meu poder!”
Luna, em seu desespero, implorou por ajuda, mas ninguém podia ouvi-la. Ela fechou os olhos, esperando o fim, quando ouviu uma voz suave e doce.
“Gárgula, não!”
Luna abriu os olhos e viu uma figura pequena e brilhante, flutuando em frente ao Gárgula. Era uma fada, a guardiã da floresta, conhecida como Lumina.
“Você não pode se alimentar do medo de uma criança,” disse Lumina com voz firme. “Ela é inocente e não conhece o mal.”
O Gárgula, enfurecido, tentou atacar Lumina, mas ela era rápida demais. Ela voou em círculos, desviando dos ataques do Gárgula, e lançou feitiços de luz que o machucavam.
“Você vai me pagar por isso, fada!” gritou o Gárgula. “Você vai sentir minha fúria!”
Lumina, com um olhar de compaixão, respondeu: “O medo é um poder forte, Gárgula. Mas a esperança é mais forte ainda.”
Então, Lumina lançou um feitiço poderoso, envolvendo o Gárgula em uma luz brilhante. O Gárgula gritou de dor, seus olhos vermelhos brilharam intensamente, e seu corpo começou a se desfazer.
“Não!” berrou o Gárgula, com sua voz fraca. “Eu não quero voltar para o tronco!”
Lumina, com um olhar triste, respondeu: “O medo te aprisionou, Gárgula. E a esperança te libertará.”
O Gárgula se desfez em pó, deixando apenas um rastro de fumaça no ar. Luna, salva por Lumina, caiu no chão, exausta e chorando.
“Obrigada, Lumina,” sussurrou Luna. “Você me salvou.”
Lumina sorriu gentilmente e disse: “O medo é um poder perigoso, Luna. Mas a esperança sempre o vence.”
Luna, aprendendo uma lição valiosa, prometeu nunca mais ter medo da floresta. E, a partir daquele dia, a Floresta de Esmeralda se tornou um lugar de paz e esperança, onde as fadas dançavam sob a luz da lua, os duendes brincavam entre as árvores e as crianças podiam brincar em segurança, sem medo do Gárgula.
FIM
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